PARADOX
• Proposições e suposições tupiniquim(s)!
1- Confluir no processo de criação do Paradox, minha pesquisa individual que está em andamento.
2- Adaptar essa investigação ao universo do Paradox e sua arquitetura (Palácio da Aclamação), propondo diálogos distintos para espaços de muita visibilidade e trânsito, bem como, para os ambientes mais intimistas, os quais estarão valorizados em imagens virtuais e projetados para o público.
A proposta de investigação para o PARADOX será trabalhada a partir de estímulos que já venho desenvolvendo na investigação do meu próximo trabalho solo, o qual segue a tendência de investigações anteriores que tem como pressuposto a relação criativa do corpo com estruturas/próteses/ambiências. Em PARADOX, irei propor para mais três dançarinos, procedimentos fragmentados da mesma proposta, um deles, está relacionado a ambientes intimistas do Palácio da Aclamação (cozinha e capela – 1º andar do casarão), circunscrito em aspectos que envolvem o erotismo – na perspectiva de Georges Bataille (História do Olho), corpo imantado pelo erotismo transgressor (entender transgressor como em Bataille, não no sentido comum).
O outro campo de investigação e atuação que irá compor essas imagens são os trânsitos criados a partir de engrenagens do corpo na relação com próteses, rodinhas distribuídas em diferentes partes do corpo (a princípio, com uma mecânica de “dar corda”, como em carrinhos de brinquedo), com diferentes suportes, produzidas em sua maioria com sobras de materiais automobilísticos entre outras sucatas. Nessa perspectiva, de máquinas e colisões, pensando no embate de forças, contra poder e ao mesmo tempo em ameaça e subordinação... o erotismo em Ballard – Crash!, onde o erotismo é, ao mesmo tempo, a velocidade da tecnologia. O impacto da tecnologia, pensada enquanto colisões e tensões proporcionadas pela velocidade.
Todas essas relações costuradas no “conceito” de “esquadrinhamento” quanto relação de poder sobre corpo e espaço, tratado por Foucault. Sugerindo recortes para construção de imagens na criação, todas essas informações confluem para uma discussão da relação de corpo e espaço, arquiteturas sólidas ou subjetivas, mediadas por “máquinas” e aparelhos de poder. Assim, tentarei junto com a equipe, e a coreógrafa e diretora do projeto, Leda Muhana, construir as “coerências” e narrativas possíveis na criação da obra PARADOX.
Como PARADOX é uma obra que propõe visibilidade para dança e abertura para diferentes maneiras de criar, e sendo a arquitetura do espaço o ponto de conexão entre muitas falas performativas, pretendo dialogar com princípios básicos na proposta de Leda, delineados em múltiplos diálogos entre o sólido e o efêmero, dança e arquitetura, tradição e contemporaneidade, indivíduo e coletividade, particular e público, estabilidade e instabilidade.
A princípio, pretendo encontrar os artistas convidados, as segundas de cada semana durante a tarde, no Palácio da Aclamação para experimentar as ações e imagens, nos outros dias, estarei debruçada junto com David Ianitelle na construção das próteses móveis, e com Leda Muhana para “ajustar” as idéias(rs). Mesclarei o tempo de produção do trabalho com leituras e discussões de textos e filmes que proponham idéias para o trabalho com o orientador (conceitual) dessa investigação artística, Washington Drummond (urbanismo, comunicação e história UNEB-UFBA), com os artistas convidados, e com os responsáveis pela concepção de “figurino” e som, através de encontros ou mesmo pelo espaço do blog.
Isa, vi umas rodinhas muito bacanas pra sua pesquisa, eram transparentes e giratorias.
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